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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Os restos da noite

Conheço esta rua como se vivesse nela

Guardo-a em mim todas as manhãs

Levo-a comigo até ao mais longo rufar do dia

Sinto-a como se domasse um sonho

E também levo comigo as pessoas que passam ao meu lado

Guardo-as dentro das mãos...respiro o seu ciclo lunar...

Hei-de senti-las pulsar dentro de um espelho...

Quer queiram ou não

 

Um dia...penso que vi um cavalo a brilhar sobre a sombra da vida..

Sonhei?

Ou era eu o cavalo que vivia nos ponteiros

De um indecifrável relógio?

 

Abrem-se janelas...

O meu sonho é viver dentro de cada uma delas

Aprisionar a perfeição dos dias

Como se habitasse a auréola de uma espiral com olhos de lince

Às vezes as minhas mãos sobem até aos degraus onde a existência se apaga

Libertam-se das noites e convertem-se à eternidade das paredes..

Sobem por elas...a pulso...

 

Se me chegasse uma mensagem gravada na saudade? Que me diria?

Talvez me falasse daquela manhã em que confundimos o mar com o céu

E me dissesse que o peso das horas é uma eternidade dentro do corpo.

 

Há chamas no meu sangue...

Converso com os espinhos que se cravam na pele

Aparentemente a cidade desgasta-se nas esquinas

Aparentemente os corpos assombram a lua

E o sentido das coisas faz-se de coisas sem sentido

Mas amanhã o sol é capaz de me devorar

E tudo cumprirá o seu ciclo de papel amarrotado

Pelas frases que se libertam das pessoas.

A madrugada desponta...

A manhã consome os meus restos da noite.

 

 

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