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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Paisagens coloridas

A seu tempo saberemos o que somos

Uma lágrima ou um fruto maduro

Ou uma folha que pairando no lago inverte a sua sombra.

 

Vogamos num rio de águas pesadas

Existimos fascinados pelas cintilações da terra

As estrelas disputam a nossa verdura

Criamos o frio para nos acompanhar

E ficamos maravilhados pelo sal que desce pela nossa fronte

Sem isso seríamos a pena que não reluz na fantasia.

 

Uma chama  sugere prazer e argila

Contento-me em ser a dissolução das minhas cinzas

Fascina-me a franqueza dos dedos nas cordas da viola.

Absurdas flores desabrocham no areal

Catam insectos que voam na fronte perfumada do mar

Depois...há as paredes feitas de carne...

Vida comida na linha das mãos

Nasci numa madrugada martirizada pelo medo de ser dia

Regressei ao meu deleitoso sono de ser homem

E despi-me das folhas que me cobriam.

Nas cavidades do verão residem sombras improváveis

Peles ingénuas cobertas de máscaras

Viver é desmembrarmo-nos... em paisagens coloridas!

 

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