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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Partamos

Longe de mim ser um santo imaculado

Rejubilando pelos dias tediosos

Antes um diabo...um corpo magro

Antes um excomungado

Antes ter sobre a minha cabeça

Todas as espadas e todos os dramas

Antes ter os dias multicolores...vogar no infinito

Saudar o nascimento dos corações

Antes atirar o meu corpo sobre as flores

Ser naturalmente o vento da manhã.

 

Longe de mim ser um santo imaculado

Benzendo os dias bruxuleantes e danados

Venham a mim as carnes...as fadas e as praias

Os sarilhos e os andarilhos

Venham a mim os que vivem

Venham a mim as sedes

Os infernos...as penas capitais

E todas as capitais de países que invento

Socorrendo-me de um globo rachado

Venham a mim as esféricas mesas sem contornos

Onde nos sentamos bebendo fogo

Venham a mim os luares....os travesseiros

As novas formas de amar

E quero também ervas e alucinações

E deveres incumpridos

Fora com a moral

Fora com as mãos que nos sufocam

Fora com os sagrados deveres....

 

Onde estão as mãos amigas

Que me atiram ao chão?

Onde estão as mãos amigas

Que não me querem amparar?

Onde estão os júbilos astrais

E os carnais...e os ancestrais?

 

Partamos...

Desfraldemos as nossas velas raiadas de auroras

Temos tantas bocas e línguas para descobrir

Tantos corpos amáveis para amar

Suados...despovoados...feéricos

Que não podemos perder mais brisas matinais...

 

Eis que aqui está presente

A glória de ser apenas corpo

A glória de deixar embarcar a alma nesse veleiro

A glória de perder a alma nesse nevoeiro

Baço...gordo...dispensado de luz.

Porque não é precisa luz

Porque tu és a luz...e eu...o diabo mágico

Que te raptará...para o paraíso do pecado

Onde os anjos me chamam santo...maculado...

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