Pássaro de veludo.
Um mastro reluz na escarlate retina da manhã
Um vulcão acende a minha carne marmórea
As colinas do tempo ofuscam as raízes dos abismos
O amor mergulha no sal das feridas
Uma trágica circunferência é um inóspito destino
O inverno torna-se incandescente
Empresto a minha pele à paisagem
Ascendo à coroação do frio
Levando em cada mão um pássaro de veludo.