Pássaro ferido..
E o tempo varreu a memória da praia solitária
O tempo amontou uma espera de tardes
Mas veio a chuva...e tu...
Foste a vespertina emoção que ficou colada à tua ausência.
Todos querem guardar em si o florido sorriso da tarde
Esse sorriso de céu sem nuvens a anunciar poemas...
Neste horizonte que escorre para dentro da minha alma
Vivem os prados inacessíveis do tempo
Vive a terra e a sua órbita
Vivem todas as coisas que me comovem...
Se um dia me cruzar com um pátio de sombras
Hei-de dizer-lhe que renasço em cada afecto
E que mesmo que a chuva me ameace com as lágrimas do dia
Hei-de dizer-lhe que ali estou...
Como se vivesse no regaço de um pássaro ferido...