Pássaros de todas as cores.
No ventre do espaço cresceu um vento
Na planície das coisas nasceu um musgo de sonhos
E tudo ficou como se não fosse
E tudo aconteceu como se nada ficasse
E tudo brincou como uma seara de flores aladas
Restou...a fantasia de inventar pássaros de todas as cores.
No bordado dos olhos ondulavam os sonhos
Pedras de lume acendiam a solidão
Tudo apodrecia na fragilidade das horas
Os corpos suplicavam pelo halo perfumado do amor
Nós nascíamos na clave do tédio
E, como cegos...espreitávamos pelas frestas do arvoredo
Que nos encobria...
Éramos apenas gente ignorada
De nós ninguém sabia
Despidos tecemos medos
Vestidos desnudámos os dias.