Pedaços que tenho que voltar a empilhar...para me reconstruir....
Sonho-me e escrevo-me...sou o papel que se vê livre de mim
O tempo sacudido por batalhas...o lugar onde os segredos falam sozinhos...
Afundo-me mesmo antes de acordar...sou a nocturna luz que se queixa do dia...
Diálogo de pés afundados em todos os passados...em todos os etéreos cemitérios...
E sou eu..afinal sou sou eu que abro a porta ao túnel escuro...
Sou aquele que é mais antigo que o tempo...e se houvesse tempo para mim...
Espreitaria através das pálpebras semicerradas...o soletrar da terra...a pressão do ar...
Sacudo-me...de todos os pós do caminho...
Alivio a minhas costas de todos os antepassados...sigo a minha marcha...
Numa marcial ausência de leis...num ditar de segredos para reescrever os sonhos...
Fusão de mim...sem hora nem preço...pedaço de luz a cair na ravina do dia...
Diálogo esventrado...sigo os pássaros cegos...apanho os meus restos..aqueço-me...
Como um graveto ao sol...enfrento os morcegos que navegam no escuro...
Calcorreio a direcção que a luz toma ao entardecer...como se soltasse pedaços de mim...
Pedaços que tenho que voltar a empilhar...para me reconstruir....