Penumbra
Cheio de vento...de música...de tudo
Cheio de sonho e de frio
Cheio de mundo...de espuma e de fantasia
Cheio de um tempo raso e de um fingido silêncio
Colo a boca à noite...e prendo os olhos..
Ao luar!
O sol afoga-se num rio sem nome
As árvores são âncoras e artérias
Pelo ventre da terra escorrem flores de sangue
As estátuas suspendem o olhar
O crime perfeito acontece...
A música rebenta numa noite sem horizonte
As pessoas passam...renascem a cada passada
Rasgam perdões...irrisórios perdões
Aquáticas almas mergulham em pueris liberdades
E eu...ergo-me num quarto forrado a lâminas
Suspenso...febril...afogado na coalhada penumbra...