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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Personagens fáticas

Aqui estamos nós...construtores do impossível..

Como mãos feitas por plurais imperfeitos

Aqui estamos nós...dois olhos...veias...

Onde circulam todas as tentativas de amar

Aqui estamos nós...acreditando em perdões...

Derretendo-nos em loucuras de açúcar

E inventando crenças e romances...

Recriamos palavras aprendidas num qualquer poema de Sophia

Somos todos Sophia...verdadeiras personagens fáticas...

Tentando acreditar na imaculada estranheza das pessoas

Que juntam as mãos em forma de coração

Mas somos ainda mais...

Somos aquela parte da gramática em que os beijos se afogam em silêncios

E aquela parte dos nossos medos que nos impedem de dizer

Pele...arrepio...fome de ti

E seguimos como navegadores

Em busca de sereias que não gostam de ilhas...sereias matinais

De olhos perfeitos

E corpo em forma de luz desprendida do fundo do mar

Também cobrimos as fotografias com beijos antigos

E filosofamos...

Sabendo que há apenas uma vida para tanta vida que há em nós

Somos o papiro em que descobrimos a nossa história escrita nos séculos

E somos pele feita de água...pele alada...aguada.

 

É um erro pensarmos que o tempo nos respeita...

Que se enternece com as nossas mãos apertadas em torno de si próprias

Mesquinhas...

Sôfregas de segurar as singulares construções dos corpos...

As suas imperfeições e os seus mistérios.

 

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