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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Pés descalços

Acumulam-se os tempos nos rostos dos oásis

Lambemos os corais incalcináveis

Somos a língua enfurecida

Minúsculo deserto inacessível

O sonho prolongado

Utilizamos chaves falsas...mortes próximas

Cidades nómadas...somos cometas de chuva

Enfurecemos as geadas

Procuramos a cosmicidade dos dias

Gaze nos pulsos cortados

Lentamente mergulhamos num caos límpido

Fulgor de constelações maravilhadas

Esguias silhuetas perseguem-nos

De rua em rua...de chuva em chuva

Na acidez de lodos ignorados

Abrimos quiosques na perfeição das flores

Perfis de sonhos prolongados...escuridão

A lua lambe-nos as mãos desertas

O rosto aproxima-se do zénite

A vida está próxima

Não queremos recordar

Queremos ser um cosmos em ebulição

Uma palmeira numa tempestade de areia

Uma alucinação bebida num chá de mandrágora

Apagar os olhos...preservar os lodos

Plantar constelações de giestas em flor

Lentamente...como um rosto amado

Um passeio íntimo...uma metamorfose de fogo

Feita de um excessivo branco celestial

Ou um corpo com medo dos desejos

Como se fosse uma cerejeira florida

E desfocada a atravessar a noite...

Enquanto nós seguimos pela vereda vestida de saibro

Usando os nossos pés descalços!