É o vento...
Perfume de mortos a acariciar a terra
A brisa sopra sobre uma felicidade cinzenta
Das margens do tédio erguem-se anos de fumo
É isto a vida....
Um sol que desce em ziguezague por entre a ferrugem dos corpos
Uma noite de pedra a calcinar os olhos
Uma felicidade que peregrina por dentro de um sopro de ar
Uma agonia que volta e meia se veste de fumo
Uma hilariante provação de vozes
Um cruzar de madrugadas sibilantes
O nada...dorme dentro do meu pesadelo
A indiferença é uma inquietação a desafiar a alma
O corpo suplica pela mentira nervosa da noite
A porta abana...as portadas abanam... abro-as...
É o vento...
Pede-me que o deixe sentar no sofá da comédia
E juntos... rimo-nos...
Dos pregos espetados no sonho dos homens...