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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Portas sem saída

Confusos mistérios mostram-se

Perante os olhares que as paredes não suportam

Paredes que se confessam piedosamente

Como desesperados túmulos

Que as tardes de Inverno carregam no coração

Mistérios que morrem em convulsões

Encobertas pela névoa acesa de uma desolação sombria

Homens mistério e misteriosos homens

Todos suportam um fardo

Todos se sentam

Perante e atrás da janela ao cair do Outono

Todos agarram o coração

Com as duas mãos

Todos o contemplam embevecidos

Todos são absorvidos pelo viço

Que uma luz ocasional acende no olhar.

Todos procuram quebrar

O gelado desespero desse coração

Atirando para os abismos as recordações silenciosas

Que as sombras guardam em palácios

Com estranhas portas sem saída...

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