Procura...
Matagais ácidos invadem o meu sonho vegetal
Corre-me no sangue a asfixia de uma insónia
Volto ao tempo das tímidas noites
Sonoras gargalhadas ardem na imensidão de remotos beijos
Erguendo-se como vagas atlânticas...inexplicáveis.
Medo e gritos dobram-se sobre a minha pele seca
Os dedos crescem em desejos de quartzo alucinante
Partir é mais que um tempo... partir é mais que uma memória
Partir é arder na teia do momento em que já não somos mais que um muro sem retorno
Penas de fogo e solene calcário que corrói a ira das sombras
Como se o sangue revelasse ser mais que eu...mais que a viagem ancestral
Muito mais que um tempo passado onde brota o instante em que nasci
Como um fogo que me mostra o rasto de uma procura sem destino.