Profanadas foram as calçadas
Profanadas foram as calçadas
Infinitos foram os beijos e as esperas
Boca de anis a dividir as tardes
Boca de sol a fitar os ventos
Infinitos gestos a amar as brisas
Luz de colinas a suplantar as horas
Brancura de prantos em rostos repentinos
Náufrago de luas atadas aos olhos
Em todos os gestos as aves despontam
Esquemáticos céus dançam nas algas
E os poemas desfazem-se no verde da espuma.
O mundo navega na voz das medusas
E o amor acende-se nos castiçais puros da memória.