Que esperam pelo momento em que os corpos voem...
Escorrem fotografias sem rosto...sépias de caminhos nocturnos...
Corpos adivinhados enchendo-se de frios vagarosos...húmidos...sinuosas linhas
Que flutuam numa alucinação de lágrimas marinhas...
Que se afogam num lago de penumbras
Feito de gritos dobrados pela força do vento...atravessado por todos os medos....
Onde todas as transparências são estranguladas pelas falsas areias...
Como palmeiras em oásis de dentes cerrados...sumo de orvalho dolorido...
Que se oferece sem nada pedir...reclinado numa visão de águas luminosas...
Onde se escondem todas as horas de amor...e todos os despojos do que fomos...
E que esvoaçam num espaço sulcado de sentidos... que captam a lonjura do olhar
Dormindo sobre as pétalas doces de uma vulva acordada....pelas luas bailarinas...
Que esperam pelo momento em que os corpos voem...
Num emaranhado de beijos em volúpia... enroscados num prazer vagaroso!