Deixa que me lembre daquele tempo em que as casas tinham jardins
Deixa que me lembre daquele tempo em que as casas tinham jardins
E dos dias em que os pássaros afinavam o canto por entre loiros trigos
Não basta saciar o rumor dos dias..nem o sono das vagas
Sabes que a todas as horas se morre..a todas as horas o nosso corpo se oxida
Perscrutando as falésias que suspiram por ventos calmos
Magoados medos alastram pelas intempestivas manhãs..incertos como águas
Escorrendo pelos fios dos dias...como breves sombras tardias
Avançar sobre todas as coisas que vivem no esquecimento...é hoje..dizemos
Como aquáticas plantas tatuadas na sombra dos salgueiros
Quem se esqueceu de levantar os olhos e suspirar por uma terra suave
Talvez nunca tenha encontrado um sol que brilha na noite
Nem uma mão calejada pelos pontos cardeais
Avança-se e pronto..a alma comparece onde é chamada
E depois ouvimos as vozes dos peixes voadores...a subir por nós...
Como sonhos...ou como tempestades...