Rabiscar em França...
Na constituição francesa há um artigo que autoriza as pessoas a irem ao rabisco. Ir ao rabisco é ir apanhar a fruta que fica para trás depois dos donos dos pomares colherem aquela que tem o calibre certo para ser vendida. A outra, a fica no chão ou até mesmo nas árvores pode ser recolhida por quem queira fazê-lo. Não passa pela cabeça do proprietário do pomar proibir as pessoas de rabiscar. Há até uma regra que quem rabisca tem de cumprir, que é a de ter que manter uma distância de pelo menos dez metros, das pessoas que andam a apanhar a fruta para ser vendida. Essa fruta proveniente do rabisco, não pode ser vendida, mas pode ser comida por quem a apanha, dada a instituições ou até a outras pessoas que dela precisem. Na beira-mar também existem regras para o rabisco. Se uma tempestade faz soltar as ostras ou outros bivalves dos viveiros, as pessoas podem apanhá-los desde que estejam a trinta metros desses viveiros. Em Portugal onde tanta fruta se estraga só porque não tem a medida correcta, era útil que se fizesse uma lei parecida, que permitisse às pessoas poderem apanhar toda essa fruta que, ou fica no chão a apodrecer, ou vai para o lixo. Talvez até os donos dos pomares agradecessem se conseguirem resistir à inveja de ver os outros apanharem aquilo que eles acham que é deles e que é melhor estragar-se do que ser compartilhada