Recolho-me às palavras
Fecho a minha porta ao mundo
Recolho-me às palavras
Que são a minha testemunha dos dias arrastados
Por isso matizo as minhas horas
Com a beleza fulminante dos saturados
E pergunto aos encantos pela essência dos dias mortos
E pergunto à noite pela cor das pétalas das papoilas
E pergunto às coisas por que passei se me viram acordado
Ou se me viram arrastado
Como uma sepultura rósea num jardim desencantado...