Rede de memórias
Balanço-me na minha rede feita de memórias.
Como um navegador solitário
Embarco numa viagem aos tempos da minha juventude.
Perdido na vida e expirado o prazo da meninice
Volto agora para ela procurando o Graal
Vêem-me à memória os tempos antigos,
Erguem-se nos escombros da recordação
Sentimentos de anos duvidosos e turbulentos
Que falam de resquícios de situações vividas.
Sinto a sensação instantânea
Da violenta força do passar do tempo
Mas percebo que as memórias não têm tempo
É como se esse tempo estivesse arquivado e catalogado
As memórias conservadas em álcool puro
Dentro do frasco memorável das vivências
Arrumado a um canto da alma
E preservado do ódio assassino do tempo.