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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Repuxos de amor

Enchemos os quartos com camas feitas de escuridão

Ignoramos todos os respirares

E todas as derivas que vivem nos baldios

Talvez encharquemos a cidade

Com o nosso voo feitos de repuxos em agonia

São as alucinações que vivem atafulhadas em memórias domingueiras

Que saltam barrancos

E olham os vulcões de onde brotam peixes insalubres

São lugares que as cores deploram

Lugares esconsos desenhados pela imaginação

Lugares que nos ignoram

Como se fôssemos pássaros poisados numa mão calejada

E lá vamos ...de lixo em lixo

Rolando como esferas verticais e atafulhados de ferrugem

Devolvemos a agonia aos peixes que vêm beber na nossa mão

Todas as vezes que as árvores derem frutos de lava

O nosso respirar conterá em si um abismo ofegante

E mesmo que esse abismo de feche

Numa agonia de cardumes em sangue

Que as noites se esfarelem nas nossas mãos

Que o nosso respirar coalhe no fundo do mar

Faremos a viagem até ao arco-íris

Seremos transparências de astros naufragados

Comeremos as memórias da terra revoltada

E escutaremos a via láctea a imitar palavras ferozes

Palavras a que as nossas mentes lúcidas e espantadas dirão

Que são repuxos amor

Iluminados por estrelas!

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