Respiro o teu perdão
Respiro o teu perdão
Ouço ao longe as tuas asas de anjo florido
Qual pomba longínqua esvoaçando impávida e bela
Já não sou o peso da folha murcha que sobe no céu escarlate
Sou eu...repara...elevei-me das noites duvidosas
Ergui-me em frente à multidão
Com todo o peso da minha queda sobre os ombros
Levantei os olhos e lá estava tu na planície oscilante
Onde pontificavas
Como uma aurora que também se erguia do sono
Eras o meu verdadeiro respirar
O lago que absolvia todas as minhas enfermidades
E todos os meus pensamentos
Eras o anjo resplandecente que estendia os seus braços para mim
Eras a minha pomba rósea que me absolvia...e me aconchegava
Como uma montanha sorridente
Que saía da bruma lilás trazida pela alvorada
Lembro-me que o ar era húmido e juntos bebemos a claridade
Como quem não precisa de amanhãs!