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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Respondendo a uma pergunta que me foi feita

Pergunta

Olá Casimiro serás tu quem do Mestre é aprendiz ou é este quem ao Casimiro empresta o código ou as chaves que abrem as portas e janelas por onde ele ( um dos dois ou os dois?) procura escapar às garras da intrigante e dolorosa condenação que é a humana mortalidade, a qual parece afligi-lo(s), porque sabe(m) que o inelutável deixar, um dia, de continuar a ser, empresta à vida de quem hoje ainda é, um fraco norte e um muito absurdo sentido.

 

Resposta

Respondendo à tua pergunta só te posso dizer que em ambos( Casimiro e Mestre meu pseudónimo), reside a intranquilidade do absurdo da vida. Ou será que é tranquilidade? Não sei? O sentimento de  que a vida é um exílio num país sem vestígios, (e se alguns deixamos é seguro que serão comidos numa terra que não se cansa de nós), transforma-se num sentimento que é apenas vento ou maresia. Contudo temos esse mesmo vento ou maresia ou até a belíssima neve a acolchoar-nos os dias. Esses dias puros cuja limpidez pode ser o nosso horizonte. A nossa batalha não tem fim, por isso, que nada se perca do que possamos viver. Que nada trespasse a nossa vontade de perceber as noites estreladas. Que nos abramos ao desconhecido e sejamos ondas salgadas que rolam entre a curiosidade e o nosso naufrágio. Porque não somos mais que vento que repetidamente assobia nas portadas das janelas.

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