Ruas estreitas...
Estreito verão. Fino sono. As ruas são fios de prumo a oscilar no silêncio dos rostos. Nada há de novo. Nem velozes precipícios. Nem contágio de almas. Alguns conhecerão eróticos amores. Outros deambularão pela calada das marés. Hoje é o ontem. Amanhã é o ontem. O futuro despede-se da boca molhada. Os pontos unem-se. Estreitam-se os laços. Floresce o furor na hostil face. Breve abertura de sol. Breve fecho de paz. Julgamentos à razão de mil à hora. E nada. Nada para julgar. Nada para entreter a maledicência inata. E tudo porque o sono é um bicho fugidio. Um espinho milimetricamente cravado na carne da noite. Um espaço-tempo feito alameda. Um desencanto feito infinito. Um breve apoio nos fundamentos do pensamento. E antes agora que nunca...declaro...que sem ti a boca é uma ave sem ária. Uma desconsolação. Um tempo vazado. Uma fenda nos dias. Uma moribunda maré. Um começo sem fim...onde as ruas estreitam o olhar.