Ruben A.
Kaos é um grande fresco da psicologia individual e social portuguesa, uma pesquisa da nossa identidade como pessoas, como cidadãos e como país.- José Palla e Carmo
A acção passa-se no tempo da Implantação da República, o 5 de outubro. Ninguém descreve as idiossincrasias do português como Ruben A. - 26/maio/1920 a 26/set./ 1975.
Deixo aqui algumas saborosas "pitadas" sua escrita:
"As pessoas de anarquicamente podres passaram a viver anarquicamente vivas e no desabrochar das suas liberdades visitavam-se de casa em casa na desconfiança de quem podia deitar mais uma acha ao descrédito do novo regime....[olhe está a passar muita gente, fala o Costa, fala o Almeida, vai ser um falatório tão bom, gosto das falas, dizem sempre a mesma coisa. Os outros,( a monarquia) não falavam, pois não?..[e as nevroses começaram a ser estudadas à custa do corpo da veneranda figura do Dr. Miguel Bombarda, sujeito às ânsias de matar num cérebro comandado por anomalias psíquicas. E o estudo do organismo da alma era fenómeno a que os padres expulsos podiam dar o seu valioso contributo pelas multiplas confissões estranhas de crentes prontos à redenção do corpo para a felicidade do Eterno.
E ainda falta falar do Zémacho, personagem que neste livro representa o zépovinho do Bordalo.
Ler Ruben A. é descobrir a essência do português.