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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

São sempre os teus passos que me tocam as mãos...

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Vem e deixa que a tua sombra seja a festa que passa rasando os olhos

Vem como se fosses o imortal momento do amanhecer

O momento que apaga a saudade e se concentra em nós...

Como se de um tempo indivisível se tratasse

Diz-me um adeus...agita-me...acorda-me do misterioso sono dos condenados

Sabes que se olhares profundamente..verás o tempo acre a sugar os poros das águas

Mas é sempre a tua voz que oiço..ignorando todos os silêncios

São sempre os teus passos que me tocam as mãos...

É sempre esse deslizar de caravela enegrecida pelo mistério das despedidas

Conseguirá o instante aprisionar as tuas mãos desertas?

Conseguirão os espelhos mostrar todas as nostalgias?

Envelhecemos..perdemos a festa..somos o pescador de mistérios

Por quanto tempo daremos por nós a percorrer a imortal beleza dos dias?

Debaixo da saudade dos xistos há um afagar de sedas

Há um pulsar de rugas nacaradas...um estremecer de sombras feitas de deuses

Não te enganes..é sempre o instante que comanda a eternidade

E nós somos apenas o voo da paciência..a cidade em festa..o imolar de fomes

Nas areias nascem olhos...são o lado fresco das feridas

Estica o arco..atira a flecha..é tempo de te salvares do tempo...