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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Saudades

Acedem-se as saudades com a fria luz

O tempo é uma curva de instantes

Os dedos deslizam pelo silêncio do que já foi

E as sombras dançam um bailado sem par

Procuro a forma inventada do que perdi

O sopro das árvores recorda-me um fantasma

Que inquieto floresce na nostalgia da alma

E a brisa traz-me o perfume dos campos perdidos

Infância despida...passos correndo

Imagem de noites leves e transparentes

Suave neblina...sono sem angústia

Saudade a florescer em veredas brancas

Divisão clara de um tempo secreto

Sonho e fantasia...liberdade luminosa

E o rio a correr liso pelo meu corpo

A voz das casas caiadas a chamar por mim

O azul de um céu tranquilo a chamar por mim

E eu...alheio a todas as coisas que esqueci.

 

A publicar no " I Volume da Antologia de Literatura Portuguesa Contemporânea “Saudade”.

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