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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Sei o que o teu corpo procura

Percebo que guardas em ti todas as noites do mundo

Sei que o teu corpo procura

A aura luminosa de todos os lugares

Por aqui segues à procura dos segredos

Além desistes da memória descolorida dos sonhos

E os dias chegam assobiando ao esquecimento

Prata lavrada em corpo simples

Riso esculpido em flores de cardo

Se a luz germinasse dentro dos teus olhos

Talvez os recantos do silêncio te escutassem

Talvez o avesso da noite

Não fosse mais que uma imagem feita de poros suados

Percebo que a penumbra partilha contigo

Os restos do medo de te perderes

E que a tua imagem

É uma fonte de pedra desgastada pelas lágrimas

Talvez descubras

Que no vazio dos desejos há vida enclausurada

E que das fragrâncias do cristal brotam cores irreconhecíveis

Do fundo mais esquecido de ti

Erguem-se imagens de lugares que não pisaste

Odes de tempos desgastados pela idade

Distraem-te do segredo onde te revelas

Suspensão de vazio...longínquas tempestades

Corpo de ametista fingindo vida

Aqui..no zénite grotesco do meu rosto

Revelo-te o meu nocturno riso...angustiado

Como uma pirâmide marcando a espessura da tarde.