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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Sei que...

Os pássaros esmagam-se contra os espelhos

Decompôem-se em palavras

Voam no coração dos olhares

Que venha a chuva

Aclarar as marés e os lamentos

Enquanto os céus se erguem da terra

Como mãos pálidas...ofegantes

E as almas se roem

Na secura de um corpo solitário.

 

Sei que...

No sono das águas moram versos sólidos

Mas as plantas persistem em ser líquidos corais

Diluídas como lamentos triturados

Por moinhos de fantasia

E vem a chuva cair sobre o ventre da rua

Sombra piedosa que limpa os dias

Só então saberemos que tudo continua vivo

Que todas as coisas são cidades

E que as marés nos fitam com desdém

Límpidas marés de areias incomensuráveis

Altaneiros fogos queimando corações e saliva

Fogos feitos de um tempo passado

Feitos de lembranças e sólidos ais

Feitos com todas as coisas

De que nos separaremos um dia!

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