Sejam claras e límpidas florestas ….
Vejo as coisas vulgares com olhos de alquimista
Os meus sentidos são gatos …de olhos dilatados pelo escuro
É preciso que nos habituemos à escuridão
Para depois podermos ver os alegres dias
É preciso que percebamos que estamos todos de olhos cerrados
Perante a sonolenta tempestade interior ...
Mesmo que a terra vibre e o sol se torne branco
Mesmo que os relâmpagos iluminem a nossa palidez
Mesmo que os nossos punhos apertem as nossas noites negras
Mesmo assim...é preciso que as nossas regiões obscuras da alma..
Sejam claras e límpidas florestas ….
Onde nos embriagamos de deslumbramentos
Onde mandamos calar a resignação
Onde olhamos o nosso cadáver com a devoção visionária
Que faz a inquietação comover-se ...de perfumes!