Sejamos memória...
Por vezes quero ouvir-me a estoirar como um desabafo de um cometa
Outras vezes quero ser a fúria do mundo e decepar os ventos...
Com a imaginação de uma criança...
Um dia explodi...não sei o que disse
Não sei se ofendi...
Mas senti a clareza de ser eu...
Passam por mim aves soluçantes
Sonhei que existia antes de alguém perguntar quem sou
E continuarei a existir mesmo que não perguntem quem era.
Sejamos memória...
Lavemos as mãos no lajedo da carne
Do nada se esculpe uma vida
Do nada se fazem as tardes
Quando descem sobre as estradas de silêncios poeirentos.