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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Sementes

De onde vêm os rios...que atamos ao nosso corpo com uma corda feita de anjos?

Que nos penetram num tempo sem sono...

Um tempo recolhido num silêncio que devora a eternidade

Orgulhosos dormimos como criaturas celestiais...

Morando num sol estilhaçado por sonhos

E acordamos numa terra que nos alimenta o nome...que nos dá um corpo...

Que nos abocanha a carne...que nos diz que é já ali o sol-pôr...

Ah...minha aldeia feita de estrelas indistintas...vidas sem nome e almas sem corpo...

Dormindo no sussurro do silêncio maravilhado pelas gotas de água

Que escorre...dos nossos olhos líquidos...

Firmamento da semente que nos produziu...

Bem maior é a luz onde todos os sóis se escondem...e todos os pés pisam...

Ah... celestial dia em que dormimos sobre a resposta...como Pais da Vida...

Atravessada por riachos feitos de golpes e cicatrizes...cordas onde nos seguramos...

Aguardando a penumbra alucinante da eternidade...

Ou os segredos escondidos...

Que revelam os corpos onde depositámos sementes.

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