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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Serás sempre tu a percorrer a mágoa...

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 (foto Robert Doisneau)

Levas nos olhos o deslumbramento de uma ferida aberta

Há em ti um vulto que percorre o chão...há uma separação que floresce

Um corpo que debita a límpida mensagem do amor

Pensas que a cintilação do tempo é uma banalidade

Que a tua sombra um dia será apenas feita pela luz abrasiva das lágrimas

E que florescerás numa primavera distante

Lá onde as violetas se deslumbram com a sua própria cor

Lá onde o tempo ondula mansamente nos teus olhos tímidos

Mas serás sempre tu a percorrer a mágoa...

A quebrar o gelo que vive dentro do teu ânimo

Até que as tuas mãos se separem das visões que choram

E agarrem o inverno...

Que escuta pasmado a tua música avassaladora.

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