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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Silêncios

Tenho silêncios que me envolvem

Tenho um cais e um barco e uma flauta

Tenho uma roda de estrelas mortas à nascença

E uma seara de dúvidas azuis despontando nos meus olhos de criança

 

Troquei a verdade pelo poente

E a morte por uma borboleta verde

Troquei de estrada e de verdade

Troquei a lonjura da escuridão por um fio do teu cabelo

 

Tenho na boca um sabor a metal

Tenho um laço negro e um avião de papel

Da minha boca caem tranças

Das minhas dúvidas nascem tempestades

E as estrelas choram com medo do meu silêncio.