Sintonia...
Pegar no mundo com mãos de sonho. Habitar a irregular linha do destino. Fazer de cada paradoxo uma descoberta. De cada descoberta uma perfeição. E ter febre. E gastar as horas. E inventar um artifício. Uma idade. Uma idade depurada. Paralela a uma metafísica. Onde dança uma ordenada ordem de caos e perenidade. E sentir a renovação silenciosas das árvores. A recordação perfeita de um riso. A divina harmonia das luzes. A dança exótica de um amor. A submersa paz do recolhimento. A imutável sintonia de um olhar. O corpo que morre...lentamente....
Temos a urgência de um prazer. Temos o vício de encher as horas. Temos um espaço que fica entre a nossa submersão e o nosso labirinto. Entre a nossa angústia e a nossa abstracção. Entre a nossa primordial vontade de caminhar e a nossa inóspita resignação aos dias. Entre o preço que pagamos e o bafo das vozes antigas. Sempre e relembrar-nos de sinos e de sinais. De evidências e de vibrações. A tudo o que nos leva ao lado de cá das coisas que não entendemos. E assim nos consumimos...como um fácil bafo de vento.