Sob a embriaguez perfumada e ansiosa
Passo pela minha sombra e não me vejo
Tropeço nela..nessa sombra que um outro eu projecta
E o sol...qual manta que me queima as costas
Dispara sobre mim todas as pragas.
Não sou do tempo ignorado...sou do tempo que corre nas veias
Mas o tempo que me tortura...
A praga que me martiriza
Passeia-se pela noite...nua...tirânica...
Nessa noite...
Em que de todos os lados chovem corpos maravilhosos
De todas as ruas chovem destinos que me cruzam
E todos os meus sentidos escutam músicas...de encantar.
Todos os destinos me estão reservados
Basta-me disparar a correr sem tropeçar
Basta-me escutar a banda que toca louvores à harmonia da alma
E as horas...partidas em pedaços...erguem-se torturadas...
As horas... escravas do tempo...molestadas...
Riem-se como amores que acabaram de tomar veneno...
O veneno que as vai unir...fielmente...
Sob a embriaguez perfumada e ansiosa
De um tempo que não pára de nos assassinar ...