Solitários
Explodem grinaldas como bandos de pássaros que esperam a sua própria cor
O céu é uma recordação de águas profundas... um gosto... uma vida...
Na curva do verão iremos dormir junto de todos os tempos..
Suspensos na asa branca da lua... tomaremos todas as formas...desapareceremos
E nas nossas almas veremos os dias despidos... os corpos enfunados... repetidos
E o vento? A quem fustigará?
Que aves dormirão na sua profundidade? Que sonos recordarão?
Há curvas e curvas perdidas na suspensão das horas...
Regressos adiados presos em árvores solitárias...
Enquanto nos campos se deleitam universos paralelos
Adejam sensações de límpidas águas... e tudo desaparece no nosso sono...
Depois... na berma do tempo encontramos a prisão do corpo...
Olhos de côr violeta-fingida despedem-se de nós
Despidos procuramos a nossa pele... a luz branca perde a forma... e nós cantamos...
Como pessoas que dormem em sonhos de animais... ali estamos... invernais..
Solitários como gritos no vazio... ou como pedras atiradas por um louco....