Somos infinito
Às despimo-nos das coisas
Inventamos dias de sol
Como cobardes e selvagens sombras
Às vezes despimo-nos das pessoas
Inventamos guerras
Como fantásticos assassinos do amor
Na impossibilidade de sermos o que não somos
Inventamos pessoas que possam viver em nós
Encostamos a nossa pele à aragem
Beliscamos sonhos extravagantes
Fazemos promessas
Lentamente interiorizamos
A nossa incapacidade de perceber a existência
Então vomitamos sobre nós
Fazemos figas
Somos medíocres como se nada nos tivesse acontecido
Escondemo-nos porque não nos percebemos
Conhecemos o mundo de Sarte
Somos responsáveis por nós
Somos seres habitando fábulas
Somos a nossa fábula
Impacientes...infelizes...felizes
Toscos barrotes empilhados nas casas frias
Somos a explicação do falhanço de Deus
Nada nos explica
Nem os filósofos gregos nem quaisquer outros
Somos todos mudança...passagem
Infinito...