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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Somos líricas presas do destino...

E vem um dia...e outro..e estamos suspensos na crucificação das nossas almas

Da cidade saem sorrisos...confissões de pedras sob o calor insuportável dos relógios

Quem sabe se o segredo da chuva mora num ninho de coruja

Quem sabe para onde escorrem as goteiras quando as certezas se tornam árvores

Vejo nas anémonas a poesia vazia das flores caídas

Vejo nos segredos a alma estonteante das folhas arrastadas pelo vento

Vejo a lua espetada no pontão salubre do cais..a apontar horizontes de Magalhães

A criar crisálidas impossíveis...a crucificar lâminas que rasgam as ilusórias estrias das casas

E os olhos enferrujam..as gaivotas embalam marés incógnitas

E nem dentro da nossa consciência...descobrimos os farrapos que nos cobrem a alma

Somos líricas presas do destino...somos a boca aberta da chuva

Somos a ruína antropomórfica de nós mesmos...somos o ontem e o depois

Como marinheiritos de cristal subimos a pulso os novelos desfiados dos dias

Até que dos areais se ergam pedaços de palcos débeis..desajeitados...

Como a fantasia que nos cobre a geometria assimétrica dos sonhos...