Sou aquele...
Guardo dentro de mim
Essa vida construída na insónia
Esqueci o passado...atirei-o ao vento
E sigo sereno e límpido como um lago
Habituei-me às sombras
Aprendi a ler as horas no silêncio das florestas
Nenhum caminho me detém
Nenhuma aflição me acode
Sou um frágil fio de tempo
A oscilar num pêndulo indefeso
A nada posso atender
Tenho todo o tempo que preciso...sigo
Dissolvido numa réstia de mim
Imagino caminhos...profecias...ilusões
Habituei-me a ser o barro...o barco
O cais onde aporto
Sou o lume suspenso na paciência da noite
Sou aquele...o tal
A minúscula pedra preciosa
Que o tempo vai polindo...