Sou lúcido perante o mundo
Sou lúcido perante o mundo
E os dias não se importam com as minhas preocupações
As suas garras esculpem a minha cara
E os pássaros chilreiam à luz dourada do amanhecer
O carrasco vive no corredor tenebroso da morte
Onde a vida vale menos que a morte
Essa morte que se dilui na penumbra
Que se esconde na sombra...mas que está sempre presente
Já não sou tão crédulo...já me fecho na minha torre...
Livres são aqueles que podem escolher a solidão,
E eu posso...posso escolher...sou livre...
Transformo a solidão...naquilo que eu quero que seja...uma amiga...
Mas a minha boca entoa lúcidas frases
Os lábios falam heróicos pensamentos
E eu sou um austero guardião do silêncio
Um símbolo escurecido...uma alma cansada...um corpo desperto...
Porque eu já vivi a vida exterior
Agora...nada mais quero...
Nada mais que uma palavra...
Uma palavra que desperta para um novo dia
Que acorda as frases
Que explica com a nitidez das letras cinzeladas
Que o homem amadurecido...não é um objectivo...
Não é uma memória....
Mas um limite ampliado do tempo....