Sou qualquer um
Sou qualquer um que passa por ti na rua
Sou aquele que conhece as caves da tua solidão
Mas não sou aquele que te aponta o dedo
Nem o que espreita na sombra
Sou apenas um louco perigoso
Um louco que descobriu na dualidade do ser
A demência que nos faz ser inteiros e maravilhosos
Sou aquele que descobriu
Por debaixo de perfumes austeros
A beleza dos corpos que correm ansiosos
Implorantes e fátuos...desejados e desarmónicos
Fielmente convertidos às leis sagradas
E erguidos perante a tirania ofuscante da beleza
Como se não fossem escravos da idade
Como se não tivessem ventre
Como se não implorassem amor
Como se não cantassem embriagados pelo desejo
Árias... que nos olhos esplêndidos traçam os destinos
Onde enterramos juras!