Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Suores frios...

Não estranhes se os outros te estranharem. Os outros são apenas convexas lupas. Metálicas intransigências. Guarda-te numa bolsa de veludo. Leva o teu pergaminho ao mar vivo. Forja um decreto. Decreta que queres apoderar-te dos dias. Que não vês qualquer maldição num gato negro. Que há um ténue rasto de futuro em cada estrada. E mesmo que as geografias sangrem com a tua ausência...há sempre a acolhedora sombra de uma árvore. Ou de um cadafalso.

 

Alarga a tua sombra. Senta-se de costas para o espelho. Bebe...por sôfregas tigelas o teu vinho raro. E se um sonho se disfarçar de flor azul...rega-o. Toma consciência das tuas profundezas. Trá-las à superfície e abre-te como uma porta que dá para um lago de sangue. O teu sangue. Coalhado em mil peripécias. Em mil afrontas. Gelado. Enfrenta as tuas obsessões mais estranhas. As tuas culpas e as tuas alegrias. Entra em transe e disfarça-te de tempo. Veste os teus melhores suores frios. Depois...lentamente...cobre o teu reflexo com pequenas pétalas de prateadas flores.

5 comentários

Comentar post