Cisco de lágrima a rasar o espaço
Brusca tentativa de ser menino
Perfeito interior de mundo que respira
Pela gávea baça do infinito.
Tripulei o tempo
Bebi de rajada a lágrima do orvalho
Créditos Eduard Gordeev Em dias de chuva gostava de caminhar sozinho pelas ruas da cidade. Coleccionava as gotas de chuva que lhe caíam na alma. Era o seu encontro face a face com a subtileza (...)
E falou. Falou para ouvir o seu silêncio. Falou para um exíguo céu de cobalto. Queria ouvir a sua voz a rebentar no fundo de si. Falou para a desconstrução do escuro. Para a desocupação (...)
O trágico veludo do destino
Canta no corpo de um pássaro
Na plenitude da luz..
O inverno não passa de uma intenção
Reluzindo em plena paisagem
Como uma alegórica festa incandescente.
(...)
Dormes...
Escuto-te o respirar de anjo que se deita na minha primavera
És o meu jardim feito de raios flamejantes...
Que como rios feitos de espadas com cicatrizes
Percorrem o meu corpo (...)
Seguia pela rua e pensava em quem seria ele amanhã. Ou depois de amanhã. Ou dali a alguns anos. Sabia que podia ser qualquer coisa. Missionário descalço na beira-mar. Consciência de sol. (...)
Emito um longo sorriso forçado...
Que retiro de uma caixa de lacre chinês...
E depois de almoçar...visto duas mãos imensas...
E vou para o terraço apertar os sapatos...
Sigo depois pela (...)
Guardo em mim as palavras que queres ouvir...
E não te as digo...
Guardo-as em mim como se fosse um tesoiro precioso...
Uma planície de prata...uma orquídea azul...
Ou uma ave do paraíso (...)
As mães cegas a fingir que não vêem
As mães com gestos de trapos e olhos de ternura
As mães que choram sobre as nossas calamidades
E arrancam crostas do fundo do coração
As mães que (...)
A abrupta linha do vazio constrói-se num hiato que vai da alma à carne. A luz é uma violência que ocupa a nossa identidade. O espaço que vai do tempo ao corpo é um adorno. Uma pulseira que (...)