Na agonia da tarde
Um grito inventa os tentáculos do mundo
Mecânicos olhos...extensíssimas lágrimas
Estátuas de espelhos
Na mão da angústia erguem-se os códigos do passado
Na boca (...)
Deixa que te lembre daquele tempo
Em que as casas tinham jardins
E dos dias em que os pássaros
Afinavam o canto por entre loiros trigos
Não basta saciar o rumor dos dias
Nem o sono das vagas
É preciso muito mais de nós
No meu vazio dorme o sorriso de um amor leve
No meu vazio há uma chuva violenta
Que floresce nas estrias da luz
No meu vazio dispersa-se
A pureza das gotas que alimentam o orvalho
Su (...)
Dentro do espelho ficou presa a imagem de um rosto
Solitária casca sem tempo nem verdade
A boca fala de memórias de luas esquecidas
O tempo balança-se nas conchas do outono
É altura de (...)
Tudo mudou...as coisas deixaram de ser coisas...tornaram-se ridículas
depois daquele dia em que decidimos que devíamos ser felizes..ou não
as portas abriram-se e os nossos corpos que (...)
No fim...
Tudo voltará a ser como nos primeiros dias
O céu pouca atenção nos prestará
As aves serão apenas passagens
E o verão...
Será como um molhe atado ao nosso corpo
Um barco (...)
O que sobra de nós é apenas isto
Um mastro de silêncio
Um vento que se arrasta
Um azul de tempo que nos povoa
Como uma videira da mais pura casta.
Na brisa branca baloiça a limpidez (...)
A tarde. O silêncio nos olhos. O brilho nas memórias. Na ponta do cérebro cintilava a existência de um desinteresse. Era a inércia do cérebro a acompanhar a abstracção do homem. Tudo se (...)
Áridos e esguios dias. Arestas de frio percorrem as ruas. Branca geada de surpresas aflitas. O Homem e as suas faltas. O Homem e tudo o que lhe falta. O agoiro de um céu cerúleo. A tarde. O (...)
Há uma ponte colada às margens do rio
É nela que se escondem as palavras e as borboletas... ao anoitecer
Há uma melancolia acampada no frio do outono
Há folhas de silvados agressivos a (...)