As mulheres de ventres altos e coxas volumosas
Modelos de Botero...angelicais...tempestuosas....belas
Ocupando o pedestal sagrado da criação
Têm qualquer coisa de princesas...de (...)
Esfrego os dias
Como se fossem um chão preguiçoso...inchado
Não navego em sabedoria nem invento mundos
Sei que só há um mundo...
Gozo as subtis manhãs no passadiço rente ao rio
Onde (...)
Bendita a terra...maldita a guerra
Benditos todos os júbilos multicolores
Bendito o céu...bendita a glória
E as carnes podres das selvagens flores
Benditas as praias e os anjos e os Navajos
Fechado numa emoção impulsiva
Salto a margem que me divide
E atravesso o barranco
Por onde se escoam águas barrentas
Não cambaleio...dou enormes passos
Como se fixasse a alma numa (...)
Escuto o precipitado piscar
De uns passos frementes
Escuto aquele amontoado
De sons proferidos em surdina
Sons abandonados nas ruínas de uma inquietação
Sons ausentes...
Sem tempo (...)
Inevitavelmente desço dos lugares mais altos
Que as cidades trazem nas costas
E venho observar as vozes
Que ecoam nos peitos gelados
Venho percorrer todos os bancos de jardim
E todos (...)
Tem piedade de mim veneno
Que me matas de nobres ideais
Deixa-me arder neste sufoco
De hinos saídos da boca aberta das visões
Deixa-me sonhar com crimes
Imaginar infernos...baptizar danados
Sob árvores irreais
Frágeis sombras imprecisas
Penetram-me na imaginação
Dizem-me que somos insípidos...pálidos
Profundamente apagados...
E que transportamos o adiar da alma
Com (...)
Embala-me a loura paisagem
Do loureiro sopra um perfume encantado
E eu salpico-me de venturas
Sob um suave sol...
Peço-te sol que descanses sobre mim
A felicidade da tua mão acariciadora
(...)
Vestias seios duros
Que bebiam nas minhas mãos mornas
Todos os cânticos do dia
Enquanto preguiçávamos sobre as nossas línguas
Longas como céus
E rolávamos na crista das ondas
M (...)