O interior da eternidade
Vive junto ao leito manso da viagem
Voltarás a morrer
Sempre que a saudade te descobrir
Conhecerás a fonte sanguinolenta
Sempre que o calor te afastar da madrugada
(...)
O tempo acomoda-se na folhagem cinzenta
Os dias simulam ser as asas dos olhos
Os lábios percorrem os vitrais
Punhais desabrocham nas mãos do mundo
O pão fermenta nos abismos
Florescem (...)
Havia um riso de água dentro de um tempo lento
Uma voz de corpo perfumado por alfazema
Havia um sol
Uma mancha chamando pelo fumo da vida
E sobre a mesa
Uma jarra ornamentada pela ternura (...)
O corpo que se esconde do olhar nu
O breve espaço do vazio
Côncavo ardor do beijo que se solta
Toalha de luz que suaviza a distância
Súplica do corpo livre...queda vertical
No chão nos (...)
Na minha memória tenho o teu corpo entrançado
A tua ausência é um cheiro que guardo
Um rosto...uns lençóis...um desejo
Demoro-me no meu deserto
Esqueço a noite e corro pelo vácuo
So (...)
Naquele dia cantei como se fosse apenas mais um dia
Sequei rios...bebi o fel do mundo
Cantei como se acendesse
As páginas atlânticas dos meus punhos
Como se erguesse um código
Onde a (...)
No fluir de cada instante há um movimento de pássaro
Asa dobrada ao destino
Fotografia inesperada de um turbilhão de vento
Tempo de agarrar o momento
Levantar-se e dentro do (...)
De um céu antigo desce a nostalgia dos olhos
Desponto na espessura cálida do nordeste
E vejo homens-estalactites
Pendurados nas abóbadas lascivas das palavras
E vejo homens assombrados (...)
Falo da impossibilidade de ser homem
E arma...e pétala
Falo da transformação das quilhas
E da cal que sustém os símbolos
Falo do iodo e da memória
Do remo transido de medo
Da mão (...)
A tua pele era um imenso mar
Uma flor feita de pássaros garridos
Há um tempo esquecido em cada cansaço
Uma luz que não regressa...uma despedida
Perante a tágide que voa no tempo que cai
Co (...)