Esquadrinho a penumbra dos meus passos
Vejo as marcas de alguém que pisou o meu passar
E por entre o infinito dos meus dedos
Foscos xistos dizem-me coisas incapazes de pensar
Porque falam (...)
O vento afia as suas rajadas no desassossego das esquinas
Algures uma miragem descobre um abrigo feito de sonos vivos
As sereias pedem boleia na margem das ruas estagnadas
E um (...)
Abri os meus olhos
E vi a irresistível atracção da beleza trágica
Inflamada por um tempo sem essência
Que se faz passar por uma recordação
Absurdamente maravilhosa e clarividente
(...)
Estás comigo como uma árvore antiga
Cujas folhas têm o tamanho das sombras
E cujo perfume encanta os meteoros tormentosos.
Que belos... vagueiam pelo céu
Onde estão ancoradas as minhas (...)
Na manhã de ouro
Um castiçal de volúpia acorda as horas
Cada raio de sol é um veio sagrado
Cada nascimento é um reino
E a primeira palavra é um grito
Depois...há que percorrer as (...)
Eu era um clandestino imobilizado sobre um instante sem duração
Talvez me sentisse um desejo
Ou um sorriso que se desmorona sobre a cidade
Talvez o meu tempo fosse pouco
Talvez o tempo (...)
Escrevo o último instante
Sobre o sono murcho das buganvílias
O sono é mais pesado que o ladrar dos cães
O silêncio dilui-se nesse ladrar acidental
Recolho-me dentro do sorriso feito (...)
Fecho a minha porta ao mundo
Recolho-me às palavras
Que são a minha testemunha dos dias arrastados
Por isso matizo as minhas horas
Com a beleza fulminante dos saturados
E pergunto aos (...)
Dormem os sentimentos no aconchego dos medos
Dormem enroscados no profundo mistério da alma
Dormem vigiados pelo tempo escorrido no presságio dos dias
Como areia num retrato (...)
Não trago mais em mim...do que uns olhos e umas pedras
Não trago mais em mim...do que um fogo e uma ternura.
Agarro o mundo com os meus dedos cósmicos
Desembaraço-me das estrelas e (...)