De um céu antigo desce a nostalgia dos olhos
Desponto na espessura cálida do nordeste
E vejo homens-estalactites
Pendurados nas abóbadas lascivas das palavras
E vejo homens assombrados (...)
Falo da impossibilidade de ser homem
E arma...e pétala
Falo da transformação das quilhas
E da cal que sustém os símbolos
Falo do iodo e da memória
Do remo transido de medo
Da mão (...)
A tua pele era um imenso mar
Uma flor feita de pássaros garridos
Há um tempo esquecido em cada cansaço
Uma luz que não regressa...uma despedida
Perante a tágide que voa no tempo que cai
Co (...)
Descarnadas sementes descem do olhar divino
A madrugada traz-me o instante onde o silêncio agonia
De longe em longe anémicas chagas rondam a minha alma
Disperso-me pelas alucinações do (...)
No líquido dia rebentei como um triunfo da primavera
Olho as algas e flutuo em reminiscências de infância
Subterrâneos silêncios são meus cúmplices
Desgastam as ondas...iludem
Côncav (...)
O corpo que se esconde do olhar nu
O breve espaço do vazio
Côncavo ardor do beijo que se solta
Toalha de luz que suaviza a distância
Súplica do corpo livre...queda vertical
No chão nos (...)
Na minha memória tenho o teu corpo entrançado
A tua ausência é um cheiro que guardo
Um rosto...uns lençóis...um desejo
Demoro-me no meu deserto
Esqueço a noite e corro pelo vácuo
So (...)
Penso no cais longínquo que me espera
Nas hortas...nos bocejos
Resisto aos dias
Fecho-me numa equação sem fim à vista
Se a pedra onde me sento for mágica
Então o sonho cintilará
E (...)
Cambaleio dentro de um sonho
Não quero abrir os olhos
Não quero ver o deserto
Prefiro a tarde junto à enseada
O sal que bebo desabrochou em milhentos lugares
A névoa refloriu
Deixa que (...)
Lá onde todas as almas clamam pela redenção
E onde todos os destinos
Querem atravessar o fantástico pórtico do infinito
Porque há liberdade no sangue das aves
E as calotes polares (...)