As casas sangram
As ruas soltam golfadas de solidão
Nas pedras do passeio
Gritamos como ontem...fugimos como amanhãs
Rodamos a chave
E desaparecemos na profundidade dos quartos
Dramát (...)
Esquadrinho a penumbra dos meus passos
Vejo as marcas de alguém que pisou o meu passar
E por entre o infinito dos meus dedos
Foscos xistos dizem-me coisas incapazes de pensar
Porque falam (...)
Caído da noite está o momento
Em que a vida te espera
Como ave branca
Que voa no espaço inalcansável de ti
Levantas os olhos
E percebes a dimensão incomparável da manhã
O teu (...)
As pessoas querem abrir os braços
As pessoas acreditam na beleza inesgotável
De uma pedra que vive no fundo de si
As pessoas têm a clareza turva
Dos lagos parados no tempo
Mas não há (...)
Os homens...
Esses surdos que caíram de uma estrela impiedosa
Esses sulcadores de águas poluídas e perturbadoras
Essas criaturas
Que descansam os pensamentos em perfis de fogo
Que se (...)
Na amnésia da noite está o espaço
Que medeia entre o teu caos e o meu deslumbramento
Na tua voz se deitam os momentos
Em que os sonhos tecem delícias.
O vento vibra
Alagando todos (...)
Piso irrespiráveis espaços
Ardendo por dentro das palavras
Volume vazio de dias
Oferecidos aos corpos angustiados
Existir é saber que todos os sonhos
São caminhos feitos de paisagens (...)
Inventas sonhos puros
Como abraços imolados
No corpo cansado dos dias
Conheces …
O sabor adocicado de um tempo feito de sorrisos
Um tempo sem passado.
Corres...
De flor em (...)
Conheço o ódio das guerras
E os estalos da lenha no fogo
Mas não conheço o que faz os ódios
Pesarem mais que os paraísos
Conheço as tatuagens devoradoras
Que indeléveis nos (...)
Enganam-se as coisas reais
Perante as montanhas vazias
Enganam-se os castelos solitários
Varridos pelo vento sueste
Enganam-se os que se despenham nos ruídos distantes
Quando a presença (...)