Em cada árvore um segredo
Em cada nome o imperturbável tempo
Em cada vibração um pedaço de vida
E o vento
Que há pouco enlouqueceu os ramos das árvores
Adormeceu no coração das pedras
E as palavras...deixaram de fazer sentido...
Queria falar da claridade que sinto
Sempre que toco nas aves mais altas
Mas é difícil...
Porque nada sei da pequenez dos homens
Nada sei da minha imensa fome
Nem onde estão os meus fantasmas
E muito menos sei onde está o meu delírio
Fala-me do mundo e da vida
Que se consome na chama dos espelhos
Fala-me dos espessos veios do silêncio
E das palavras que golpeiam o voo das aves
Ou fala-me simplesmente do teu sopro adormecido
Moro numa espessa camada de tempo
Ato-me à imensa fantasia da noite...
Quando estava triste
De mim pendia um doce sonho
Partir para os recantos mais remotos
E soltar um agudo grito de (...)
Na embriaguês da minha alma
Geme uma imensa lâmpada
Invade-me a lividez áspera do céu
E enquanto navego nesta cinza melancólica
O meu corpo sente as cordas
Que o atam ao húmus (...)
Colocar em causa a possibilidade de fazer greve é colocar em causa a democracia. Contudo não é justo de algumas dezenas de pessoas prejudiquem milhões de concidadãos que se querem deslocar (...)
Indiferente ao sono desabitado da alma
Deixei crescer os dias
E pousei os olhos no parapeito da janela
Talvez ainda vá a tempo pensar em coisas importantes
Talvez ainda possa encontrar a (...)
Hoje de manhã
Juro que vi a orla do tempo a passar
E que nesta neblina
Feita de barcos e vidraças
Mesmo lá por detrás
Estava a velhice a acenar
E o rio...esse Tejo insaciável
Esper (...)
Bebo o mundo...fixo os olhos...e ali estou
Sou a pedra rugosa do silêncio
Onde me sento para falar
Comigo...
Deixo-vos aqui o meu retrato
A minha alma submersa
Sei que todos têm consigo
A brisa das manhãs
Eu não quero ir num caixão
A mim...para me cobrir basta-me um lençol
Para me transportar...uma padiola
Para me acompanhar
A música alegre de uma viola
E o cante alentejano.