A apresentação dos livros: Na brecha dos dias - a seguinte introdução dá o mote a todo o livro - A vida é um labirinto que corre em linha recta- de facto cada poema é um pequeno (...)
Se a boca te sabe a um silêncio gasto e frio
Lembra-te que há sempre uma neve a derreter
Lembra-te que trazes nos olhos a cósmica desolação da noite
Mas podes sempre regressar ao tempo (...)
Chegamos com obscuros olhos
Rasgam-se em nós mapas e arquipélagos
Sentimos as palavras que nos alumiam
Somos medo e granito e somos segredo
Na brancura dos nossos passos dormitam sombras
(...)
Vinhas feliz silenciosa e nua
Trazias contigo o coração insone...aceso
À tua volta o tempo ciciava por entre os rigores do inverno
Sabias que já não havia naufrágios
E o sal (...)
Que se quebrem os dias
E os perfumes dos corpos evadam as ruas
Que as vozes digam alma em vez de solidão
Que nos rostos vejamos os traços da poesia
E quando chegar a nossa vez
Digamos que (...)
Dormem os sentimentos no aconchego dos medos
Dormem enroscados no profundo mistério da alma
Dormem vigiados pelo tempo escorrido no presságio dos dias
Como areia num retrato (...)
Na agonia da tarde
Um grito inventa os tentáculos do mundo
Mecânicos olhos...extensíssimas lágrimas
Estátuas de espelhos
Na mão da angústia erguem-se os códigos do passado
Na boca (...)
Era uma pedra preciosa...uma saudade
Um porão deitado num estreito mar
Agarrei-me a ela como se agarrasse o outro lado da rua
Caminhei...senti as primeiras chuvas
E o barro dos corpos (...)
É tão curta a distância entre um gesto e um beijo
Entre o estar e a ausência
Será que nos perdemos quando rasgámos a fotografia esquecida?
Será que do nosso vazio inventaram flores (...)
O interior da eternidade
Vive junto ao leito manso da viagem
Voltarás a morrer
Sempre que a saudade te descobrir
Conhecerás a fonte sanguinolenta
Sempre que o calor te afastar da madrugada
(...)