Ágeis dias correm sob a nossa pele...
Do olhar soltam-se espelhadas dunas
Os vestígios do nosso corpo
Dormem injectados na face da nostalgia
Nada nos prende aqui..nem o olhar...nem as mãos
(...)
Persegues sombras e espantos
Buscas a liberdade no divagar das ondas
Ferozes são os dias em que estremeces
Longas são as horas em que divagas
Vês no perfil da luz a tua imensidão
Emerge (...)
Sou o cavaleiro extenuado que galopa pelas alamedas suspirantes
Da minha carne transbordam colunas de mármore florido
Enfeitadas com repuxos que esvaziam o meu coração flagelado pelo vento
Er (...)
Passei o dia com o peito vazio
As ruas eram desertos de tédio
Que se colavam ao interior do tempo
E eu perguntava às paredes ácidas e aos confins do silêncio
Se os desertos têm fim
Se (...)
Vazia a hora...vazio o vento...vazia a vaga
Que enche o pensamento.
Vazio o pranto...vazia a força... vazio o voo da bala
Que cala o pensamento.
Vazia a chuva...vazio o (...)
São quatro da tarde...
E nada acontece no lugar onde os crisântemos abriram
Talvez lá mais para a noite
As horas despertem sobre as folhas murchas
E o amor inicie o jogo dos abraços e (...)
Véu azul...translúcido espaço a quebrar-se de encontro à liberdade das aves
Sonhei que as margens do rio se precipitavam num manto de espuma
Sonhei que do chão se ergueu um arco-íris de (...)
Escuto o choro do mar
Por mim passa a vertigem do mundo
Densas aves colam-se ao horizonte
A vida penetra-me nas veias afogueadas
O céu prolonga-se em mim
Nasci....
Entre a hélice do dia
(...)
Efémeros abraços resplandecem nas têmporas da primavera
Pródigos tempos nos chegam aos olhos
Intactos como poemas polidos pela terra.
Nestes dias o olhar queda-se petrificado
Pela (...)
O que sobra de nós é apenas isto
Um mastro de silêncio
Um vento que se arrasta
Um azul de tempo que nos povoa
Como uma videira da mais pura casta.
Na brisa branca baloiça a limpidez (...)