Adormeço...
Como se riscasse de mim o frio dos dias
Escrevo..
Entre o espaço que invento
E o pássaro que me sobrevoa
Invento...quimeras...deuses e destinos
E penso...
Na consumição (...)
Caminho como uma palavra quente
Sobre um pedaço de papel
Incêndio assustado...riso
Longínquos lábios perguntam-me pelas lágrimas
Pelo tempo das securas
Invocam serenas (...)
Levanta-se a alma
Que pernoita num vento demorado
Animal selvagem numa folha deserta
Seiva que percorre todos os silêncios
Todas as ruas...todas as flores
Transparentes são os dias inúteis
(...)
E veio o esquecimento
Alastrou como uma dor inútil...circular
Invadiu as paredes
Os ventos e as algas
Tal como veio de ti um sopro abafado
Encolhido num mergulho encarpado
Queda vertical (...)
Impossível serenidade que navegas comigo
És como um animal adormecido
Cobres as tuas asas com manhãs amargas
Demoradas flores que escavam rios
Queda e equilíbrio... suspensão alucinante
(...)
Regresso de um tempo sem fundo
Luminosa lágrima que escorre da luz
Regresso ao tempo do meu corpo
Às feridas azuis
À fala tenra das ervas
Pergunto pela maresia que coalhou na poeira
Que (...)
Na claridade do olhar
O tempo espelha a maresia do tempo
Vida pesada...leve aceno de mãos
A alma presa ao cais
Do eterno mar sopra o vento
Dia sem sombras...chama de silêncios
Gaivota e (...)
Próximo de ti está o horizonte insatisfeito
Está a fascinação...os tresloucados olhos
Abre-te...usa as estrelas como um tecto transparente
Iluminações de cristal...corpos azulados
As (...)